quinta-feira, 28 de abril de 2016

FORA DE TI (teu) AQUÁRIO

Fernando, Fernando... és tu o corruptor, o bandido e, Fernando, que engano foi dar a ti o pulso meu para tuas amarras e pular minha janela rumo ao teu enlace.
Que egoísmo onde me descobri! Deixei a vida a fim de tua presença. Neguei a minha casa pelo teu leito álgido e teu fogo ilusório. 
Leviano, inconstante. Eu queimei minhas mãos por ti, lavei o rosto no magma da tua ingratidão e fui tudo! Tudo o que arde e incendia. Me ceguei e o meu inflame te colocou para fora. Desprestei-me a ti.
Não te doeu. Não te sangrou uma lágrima. Eu verti a nossa vida em seiva vinho por nós. 
Agora me presto. Então me digas para quê. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O EXTRAORDINÁRIO AGORA

o verme me chafurda 
comeu, por fim, o que me restava 
e das vísceras sobrou um escarro de mim,
que não sou eu 
que não é meu
e tem medo.
o verme dilacerou meu nome,
agora me chamo nada,
de chama tenho nada 
e o que quero é nada.
o verme fez vencer o maldito,
o nojento chamado apreço,
que por aí se diz construir o que não se destrói. 
o verme se olha no espelho,
se deita para dormir,
se põe à mesa,
fala, escuta...
o verme vive.
eu, não mais.