Quinta-feira, qualquer mês de clima inconstante e tedioso e qualquer ablução pendente. Qualquer esquina pouco frequentada por qualquer um que seja e não haveria melhor definição para um momento qualquer. Chovia e os vidros embaçados povoavam São Paulo de maneira indevida e constante para um dia molhado. Testas recostadas nas vitrines dos loucos e uma dúvida estava pousada sobre um passageiro qualquer num ônibus qualquer que ia rumo ao centro da cidade: Vou ou não? De fato há milhares de lugares para ir, mas, Quinta-feira? Não!
A questão o enfurecia e confundia a cada parada do veículo, não sabia se estava adequadamente vestido para nenhuma das ocasionais estadas daquela noite e então resolveu saltar próximo à primera parada da sua confusão mental e talvez trigésima do ônibus. Por vários instantes (o que dificilmente poderá ser definido em unidades, dezenas ou dúzias de minutos) olhou o seu redor e pessoas extremamente comuns, casualmente vestidas e tediosas o escoltavam parado e isso o fez tomar a decisão mais divertida, ou menos aborrecedora.
Pegou muitos outros ônibus depois disso. Não apenas em dias chuvosos. Entrou em diversos outros conflitos pessoais depois disso, quase em todos os dias que precisou de um ônibus para seguir viagem, e esses dias foram de resultado igual a todos os dias, o que gera uma prazerosa diversidade de conflitos a serem resolvidos (ou esquecidos). Todavia, aquele charme qualquer daquele dia qualquer transformou um pronome indefinido em algo erroneamente significativo.