sexta-feira, 30 de setembro de 2016

a briga de hoje

não eu 
a pressão do inferno no peito
o inferno de pressão nos cabelos
palma 
pelos
pele
alitera(sacrifício)ção
do 
não 
não 
não 
nada 
ninguém 
nem nunca 
num never 
narciso 
no nome 
não deu 
engana, eu amo
engano do mundo que é o meu umbigo 
que grita 
não quero 
não penso 
não vivo 
não faz mal 
e que enrola enrolado 
um me casa contigo 
vestido de tudo bem 
amanhã 
outro dia 
quando der
so long 
boa noite
see you 
thanks for coming 
don't leave me jamais  



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

GRADAÇÃO

fim 
de um flagelo primogênito 
do que era inócuo 
placebo 
efeito
fim
do corpo que cospe algor
e sua pelos poros  
inflama 
o gelo
fim
do lânguido rosto molhado
que prosta engano
e lava
o fundo 
(do) fim
do prelúdio do resto da vida
da não-perdura 
do meio 
do fim 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

CÉU

era celeste
intocado lençol na cama
antes de cair a noite 
que nos chama pra dormir
avermelhou
como olhos de amor
vertendo sem vergonha 
corajosos de sentir 
seis horas
colbato
um suspiro 
safira
meu bem 
meia noite, mas ainda sete
nem dá pra dar conta  
e já é prussiano 
uma saudade
marinho
já volto 
tudo branco de estrelas 




domingo, 5 de junho de 2016

beba amor

sim. esse é mais um texto-ele-não-merece-mais-você no mundo. talvez porque, mesmo depois de tantas leituras e auto conclusões, você (e eu) ainda precise de uma forcinha para entender que amar jamais foi suficiente. 
você é nova, acredita nesse tal amor. você é nova e está cheia de planos escondidos no seu "oi". você, tão nova, entregou sua experiência a ele e disse "completa com uma dose de você-sabe-o-que". 
ele. ah, ele! ele encheu o seu copo com o que você mais precisava: palavras. e foi por conta dele a rodada de boa vontade que circulou todo o seu bar. naquela noite (ou dia) todo afeto era double, e você, menina, saiu pra encher a cara.
como toda boa bebida, essa também lhe viciou. o que começou com doses homeopáticas, esporadicamente quando dava pra se reunir com a galera se transformou primeiro na coca-cola depois das refeições, em seguida na cerveja de quarta, sexta, sábado e domingo e por fim naquelazinha com limão antes de sair de casa pra poder enfrentar o dia. 
a demanda cresceu. a distribuição diminuiu. você não viu. você ainda precisava do "eu amo você" diário. então acabou. veio a crise do amor. fecharam a fábrica e a marca faliu, mas não lhe avisaram com antecedência. você secou o estoque e aí ele foi embora. mas ele voltou. você acreditou na empresa que comprou o seu bem, você tinha certeza que agora ia vingar. não vingou.
e sem metáforas: como aquele amor não poderia funcionar? não havia, nos limites dos seus olhos, ninguém que se amasse tanto como vocês.
aparentemente, há. 
aparentemente você deva provar Fanta.
talvez você precise tomar um suco com as refeições.
suco faz bem, menina. 

domingo, 29 de maio de 2016

RELAÇÕES

amor
hoje eu quis você 
foi há alguns minutos 
então passou
como meu primeiro verso 
também parte de um passado 
onde te chamei de amor