domingo, 5 de junho de 2016

beba amor

sim. esse é mais um texto-ele-não-merece-mais-você no mundo. talvez porque, mesmo depois de tantas leituras e auto conclusões, você (e eu) ainda precise de uma forcinha para entender que amar jamais foi suficiente. 
você é nova, acredita nesse tal amor. você é nova e está cheia de planos escondidos no seu "oi". você, tão nova, entregou sua experiência a ele e disse "completa com uma dose de você-sabe-o-que". 
ele. ah, ele! ele encheu o seu copo com o que você mais precisava: palavras. e foi por conta dele a rodada de boa vontade que circulou todo o seu bar. naquela noite (ou dia) todo afeto era double, e você, menina, saiu pra encher a cara.
como toda boa bebida, essa também lhe viciou. o que começou com doses homeopáticas, esporadicamente quando dava pra se reunir com a galera se transformou primeiro na coca-cola depois das refeições, em seguida na cerveja de quarta, sexta, sábado e domingo e por fim naquelazinha com limão antes de sair de casa pra poder enfrentar o dia. 
a demanda cresceu. a distribuição diminuiu. você não viu. você ainda precisava do "eu amo você" diário. então acabou. veio a crise do amor. fecharam a fábrica e a marca faliu, mas não lhe avisaram com antecedência. você secou o estoque e aí ele foi embora. mas ele voltou. você acreditou na empresa que comprou o seu bem, você tinha certeza que agora ia vingar. não vingou.
e sem metáforas: como aquele amor não poderia funcionar? não havia, nos limites dos seus olhos, ninguém que se amasse tanto como vocês.
aparentemente, há. 
aparentemente você deva provar Fanta.
talvez você precise tomar um suco com as refeições.
suco faz bem, menina.