sábado, 10 de outubro de 2015

UNIGÊNITO DO CORAÇÃO

Pense nas noites que me fez perder
E nos sonhos onde aparecia sorrindo 
Lembre-se de mim no alto daquele farol 
E de que durante a noite eu cuidava do teu sono
Vigiava os portões do seu íntimo para que você pudesse dormir 
Guardava-lhe dos fantasmas da madrugada 
E lhe punha a repousar sem medos. 
Rememore os seus pesos que ficaram sobre minhas costas 
E que na calada dos doze badalos eu descarreguei todo seu entulho muito longe do seu olhar.
No deserto da sua presença me fiz presente 
Quarenta dias secando seu suor 
Quarenta noites para dizer "até amanhã" 
Um demônio a me tentar 
Oferecendo uma vida longe do seu abraço, 
Uma morada bem distante do seu sorriso, 
Segurança.
Eu resisti e a Jerusalém retornei como rei 
Bem sabia eu que nos meus ombros estava o rei, 
Eu, burro, o carregava
O exaltava 
HOSANA NAS ALTURAS 
Descrente 
Gritava meu peito 
HOSANA NAS ALTURAS
E na terra, para mim, um pouco do que sobrar do seu amor