domingo, 25 de outubro de 2015

PSEUDO-NARCISO

Você não parece mais o mesmo.
Seus olhos olham com desdém,
Não compram. 
Bom demais para caber em si.
Transborda sua imagem da fonte 
E você se lava nela,
Mas não se afoga.
Contei-lhe sobre Narciso certa vez 
E você mudou de nome.
As ninfas: todas suas.
Eco já não mais.
Enquanto espera que você se afogue 
Ou vire flor à beira dos rios
Ela fecha os olhos para não olhar.
Não lhe olha,
mas lhe repete todos os pedidos
- não fujas 
- fujas...
- por que evitas meu olhar?
- evitas meu olhar! 
"Para a maldição sentido há" 
Engole o choro e afirma em pensamento:
Você não é mais o mesmo.