Teu gosto o meu prazer,
Tua carne o veneno,
Tua cara a desgraça,
Teu peito a minha casa.
Não foi a tua voz o doce som
que as noites embalou,
nos ouvidos sussurrou
e fez tremer joelhos, canelas e dedos.
Não foi amor o teu amar.
Não foi, amor, teu o mar.
Não foi o fluído pelas pernas escorrendo,
nem o suor que perfumava teu corpo, teus pelos.
Não foi a primeira noite, a última noite.
Não foi a noite a primeira e única.
Foi um sonho daqueles ruins.
Foi a morte, o que não se cura.
Foi a morte, que se anuncia.
Foi o fim, que se tem certeza,
e eu cai.
O que foi de mim?